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A COISA X

COMPANHIA SOLITÁRIA 

 

COORDENAÇÃO EDITORIAL Deborah Leanza
EDIÇÃO Deborah Leanza
REVISÃO Yara Affonso
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Bruno Attili
IMAGENS DE CAPA E DE MIOLO Yara Santos
FOTOGRAFIA Taine Payayá e Rafael Bonifácio

 

Trecho do Prefácio:

"[...] O modo como percebemos e expressamos nossas vontades de satisfação física não me parece dissociado de sistemas relacionados à opressão e à intersecção da dominação e da discriminação de gêneros, raças e classes. Mas a música, a literatura e a dramaturgia produzidas por sociedades não dominantes surgem, algumas vezes, como um Exu desbravador, uma linda Pombagira, ou como um trickster embusteiro, trapaceiro, pregador de peças, que possibilita alguns toques e águas no baixo-ventre.
     Bom, mas e se eu e a pessoa que vai ler esse livro pudéssemos dançar uma música antes de entrarmos na COISA X? Vencendo parte da minha timidez, eu lhe diria ao pé da orelha: Opressões silenciam muitos dos nossos desejos, mas a Companhia Solitária decidiu correr alguns riscos. Mas que riscos são esses? O primeiro é que o grupo se desafia a registrar suas intimidades em cena. O segundo é que o grupo cria, entre o velado e o desvelado dos desejos, uma expressão erótica potente. O terceiro ponto é que A COISA X me parece falar sobre um contentamento descontente, porque, ao tratar de pensamentos e ações tão íntimas, a dramaturgia mobiliza reflexões sobre a solidão em uma sociedade repleta de tabus.
     Esses riscos nos convidam a pensar sobre a importância do apaixonamento, da alegria e do gozo coletivo contra a opressão. Ainda hoje, uma das campanhas de maior alcance do Movimento Negro Unificado brasileiro (MNU) é a capa de um jornal publicado em 1991, que destaca o beijo de um casal, acompanhado da frase “Reaja à violência racial: ‘beije sua preta em praça pública’”.
     De algum modo, ler A COISA X e pensar sobre os líquidos do corpo, sangue, suor, sêmen, saliva e lágrima é um convite para mover caminhos individuais e coletivos a partir do reconhecimento do entupimento e da fruição das águas íntimas."

Jéssica Nascimento é mestra em História Social e desenvolve pesquisas sobre dramaturgias e teatros negros na cidade de São Paulo.

A COISA X

R$30,00Preço
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